50 Figuras de Linguagem para “Turbinar” o Seu Texto – Parte 1
As Figuras De Linguagem estão presentes nos mais belos textos que já foram produzidos.
Você nunca se deparou com um texto que, de tão belo e bem escrito, teve vontade de ler várias vezes, de publicar no Facebook, de ler para a sua mãe, vizinho e até recitá-lo em voz alta no meio da rua?
Sim… nesses textos, certamente há ferramentas que aprimoram a escrita, as chamadas figuras de linguagem.
As suas redações nunca podem deixar de contar com esse recurso!
Além de ver, neste artigo, o que é e como o aplicar, você terá acesso a um arsenal de 50 figuras de linguagem dividas em 4 artigos. Isso mesmo, 50! Você nem acreditou que existiam tantas, não é mesmo?
Prepare-se e descubra agora tudo sobre esse belo recurso da língua!
O que você verá neste artigo:
O que são figuras de linguagem?
Figuras de linguagem são:
- Para quem escreve: ferramentas linguísticas empregadas com a intenção de provocar determinados efeitos de sentido ou de estilo.
- Para quem lê: termos que influenciam diretamente o resultado da interpretação do leitor, pois potencializam a expressividade da mensagem que a utiliza.
- Para o texto: palavras “mágicas”, as quais acrescentam originalidade e energia que transformam qualquer texto em uma manifestação única.
São subdivididas em 4 categorias:
- Figuras de Palavras
- Figuras de Harmonia
- Figuras de Pensamento
- Figuras de Construção
Neste artigo veremos as figuras de palavras.
Figuras de Palavras ou Tropos
Figuras de palavras são as figuras de linguagem que, de alguma forma, revolucionam o sentido dos termos empregados em um texto ampliação-lhes de sentido.
Elas criam, importam e restauram significados. As figuras de linguagem classificadas como figuras de palavras são:
- Alegoria
- Antonomásia
- Catacrese
- Comparação
- Metáfora
- Metonímia
- Sinestesia
Vejamos cada uma!
1. Alegoria
Alegoria é um conjunto de metáforas que trazem dois sentidos, um manifestado pela palavra e outro pela referência que ela faz a outra situação; ambos com sentido completo.
O primeiro sentido é composto por elementos concretos que referem-se, no segundo, a valores ou conceitos abstratos. Exemplo:
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
A água e a pedra são os elementos concretos que se referem respectivamente aos conceitos abstratos perseverança e obstáculo.
Se o autor dissesse:
A perseverança vence grandes obstáculos com o tempo.
O ensinamento jamais teria a mesma força e a mesma representatividade que o embate entre a pedra e a água, ótimos exemplos de força e constância.
2. Antonomásia
Antonomásia é a utilização de nome, característica ou atributos com o qual alguém ficou conhecido. Um apelido. Exemplo:
O Cisne Negro retratou a aflição da condição humana como poucos.
Veja como a frase sem a antonomásia deixa de dar um destaque, um diferencial ao texto:
Cruz e Sousa retratou a aflição da condição humana como poucos.
3. Catacrese
Catacrese é considerada uma metáfora morta, pois já foi incorporada ao nosso vocabulário e já deixou de trazer o colorido e o rebuscamento que tinha na sua origem.
A inclusão dela ao idioma se dá porque nem sempre há um termo apropriado a algo que queremos comunicar; dessa forma, acabamos-nos esquecendo de que é uma palavra adaptada. Exemplo:
Embarcaremos em Cumbica às vinte horas.
Embarcar seria o ato de entrar em um barco, e não em um avião.
Veja que não há palavras exatas pra substituir a catacrese empregada.
Não seria um enunciado tão conciso se disséssemos:
Entraremos no avião em Cumbica às vinte horas.
NÃO FIQUE DESATUALIZADO! |
Coloque seu e-mail abaixo para receber gratuitamente um conteúdo exclusivo. |
4. Comparação
Comparação é a figura de linguagem que trabalha com a semelhança entre dois elementos, na visão de quem compara, a fim de fazer a aproximação entre ambos.
Se quiser usá-la, empregue um termo comparativo que pode ser: “como”, “qual”, “tal”, “tal qual”, “tal como”, “que nem”, “feito”, “assim como” e outros. Exemplo:
Pequena, levada, sorridente… olhar intenso e cintilante,
Reluz feito diamante, como o sol e a chama mais ardente.
É desnecessário dizer que a comparação feita no verso engrandeceu a imagem poética sugerida pelo autor.
Sem ela, não teríamos noção da imensidão do brilho desse olhar descrito:
Pequena, levada, sorridente… olhar intenso e cintilante,
Reluz muito.
5. Metáfora
Ah, a metáfora! A preferida dos poetas! Usando metáfora para definir a metáfora: ela é a “vedete” das figuras de linguagem.
Ela é um recurso estilístico de tão grande valor em termos de sentido, que transforma uma ideia simples em imagem criativa e original.
Da mesma forma da comparação, a metáfora explora a relação de semelhança entre dois termos, ainda que haja pouca coisa em comum entre ambos, o escritor enxerga-a.
Disso nasce uma comparação subentendida entre os dois termos.
A metáfora pode se apresentar de duas maneiras: como comparação implícita, como no exemplo abaixo:
O brilho de nenhuma outra lâmina me seduz, afora o brilho dos teus olhos.
Ela também pode se apresentar substituindo uma palavra por outra em que exista semelhanças. Exemplo:
Caiu e esfolou o queixo no meio-fio. Levantou-se cuspindo pipocas e groselha.
Sem dúvida, os exemplos acima não teriam o mesmo encanto ou a mesma sutileza se fossem escritos sem metáforas:
O brilho dos seus olhos se parece com lâminas e me seduz.
Caiu e esfolou o queixo no meio-fio. Levantou-se cuspindo dentes e sangue.
💡 Mostre a seus amigos que você consome informação de qualidade!
6. Metonímia
A Metonímia apresenta algo em comum com a metáfora, ela substitui uma palavra por outra.
A diferença está no fato de que, na metáfora, a palavra que substitui tem alguma semelhança com a outra substituída.
A metonímia, no caso, deixa de tomar como base um ponto de semelhança levando em consideração alguma dependência entre a palavra escolhida e a empregada.
Na metáfora: “Valdirene é uma flor”, na visão de quem está escrevendo, Valdirene tem algo de semelhante à flor, que pode ser a beleza, a delicadeza etc.
Já na metonímia: “Aprecio Graciliano Ramos”, em que está sendo substituída a obra de Graciliano Ramos pelo nome do autor, não se percebe semelhança entre obra e autor, mas sim dependência, pois a obra pertence ao autor ou faz parte da vida dele.
Ela também é um recurso largamente empregado e que enriquece muito o sentido de um texto, sendo aplicada de inúmeros modos.
Vejamos alguns casos com metonímia e sem ela, a fim de se estabelecer a diferença entre um texto com brilho e um texto com pouco atrativo:
do concreto pelo abstrato:
A caridade não é egoísta.
Aqueles que têm caridade não são egoístas.
da obra pelo autor:
Li Machado de Assis já no ensino fundamental.
Li livros de Machado de Assis já no ensino fundamental.
do efeito pela causa:
Conquistou a independência financeira com o trabalho.
Conquistou a independência financeira com o resultado de seu trabalho.
do abstrato pelo concreto:
Antes de ferir meu coração, lembre-se de que você está dentro dele.
Antes de ferir meus sentimentos, lembre-se de que te amo.
do conteúdo pelo continente:
O estádio inteiro vaiou a presidenta.
Todos os torcedores do estádio vaiaram a presidenta.
do continente pelo conteúdo:
Dirigiu-se ao encontro munido de um uísque de safra doze anos.
Dirigiu-se ao encontro munido de uma garrafa de uísque de safra doze anos.
do elemento pela cor:
Um dos melhores momentos da viagem foi quando o navio singrou o azul escuro plácido da costa capixaba.
Um dos melhores momentos da viagem foi quando o navio singrou o mar plácido da costa capixaba.
da causa pelo efeito:
A rodovia BR-116 está com doze quilômetros de lentidão.
A rodovia BR-116 está com doze quilômetros de trânsito.
da espécie pelo gênero:
Passei por um felino preto ontem e hoje fui demitido do serviço.
Passei por um gato preto ontem e hoje fui demitido do serviço.
do gênero pela espécie:
Um Katrina assolou o sul dos Estados Unidos nesta manhã.
Um furacão assolou o sul dos Estados Unidos nesta manhã.
do agente pelo instrumento:
Violões e flautas tocavam harmoniosa melodia.
Violonistas e flautistas tocavam harmoniosa melodia.
do invento pelo inventor:
Santos Dumont proporcionou a devastação de duas cidades japonesas na Segunda Guerra Mundial.
O invento de Santos Dumont proporcionou a devastação de duas cidades japonesas na Segunda Guerra Mundial.
produto pelo lugar de origem:
Por incrível que pareça, na churrascaria mais sofisticada da cidade não tem o vinho Bordeaux.
Por incrível que pareça, na churrascaria mais sofisticada da cidade não tem o vinho da região vinícola francesa, Bordeaux.
do produto pela marca:
Yakultes fazem bem para o funcionamento do intestino.
Leites fermentados fazem bem para o funcionamento do intestino.
do artefato pela matéria:
O aço atravessou a crânio do guerreiro.
A espada atravessou a crânio do guerreiro.
do todo pela parte:
A mão que cuida de mim foi a mesma que me atirou pedras outrora.
A pessoa que cuida de mim foi a mesma que me atirou pedras outrora.
da propriedade proprietário:
Passamos o dia na Maria.
Passamos o dia na casa da Maria.
do objeto simbolizado pelo símbolo:
Na antiguidade, a espada era uma das consequências da falta de diplomacia.
Na antiguidade, a guerra era uma das consequências da falta de diplomacia.
do plural pelo singular:
O macaco é o mamífero que mais se aproxima do homem.
Os macacos são os mamíferos que mais se aproximam do homem.
da parte pelo todo:
O sambista trazia em seu pandeiro o gato que capturara.
O sambista trazia em seu pandeiro a pele do gato que capturara.
do objeto pela forma:
Peça uma redonda metade quatro queijos, metade calabresa.
Peça uma pizza metade quatro queijos, metade calabresa.
do possuidor pelo possuído:
Aos cinco anos, Rita nunca foi ao dentista.
Aos cinco anos, Rita nunca foi à clínica dentária
Observação: o conceito de sinédoque é incorporado ao conceito de metonímia por alguns autores.
7. Sinestesia
A Sinestesia é um tipo de metáfora que junta diferentes impressões sensoriais em uma única descrição, compondo imagens mais complexas e expressivas na mente de quem lê. Exemplo:
Lançou-lhe um olhar áspero e glacial.
A percepção do leitor dessa frase jamais seria igual se fosse escrita sem a junção da sensação visual (olhar) com a tátil (áspero e glacial). Ela não teria o mesmo impacto:
Lançou-lhe um olhar muito indiferente.
Conclusão (Figuras de Linguagem)
Você viu neste artigo 7 das 50 figuras de linguagem que trarei em 4 artigos sobre o assunto:
- Alegoria
- Antonomásia
- Catacrese
- Comparação
- Metáfora
- Metonímia
- Abstrato pelo concreto
- Autor pela obra
- Causa pelo efeito
- Concreto pelo abstrato
- Continente pelo conteúdo
- Conteúdo pelo continente
- Cor pelo objeto
- Efeito pela causa
- Espécie pelo indivíduo
- Gênero pela espécie
- Instrumento pela pessoa
- Inventor pelo invento
- Local pelo produto
- Marca pelo produto
- Matéria pelo objeto
- Parte pelo todo
- Proprietário pela propriedade
- Símbolo pelo simbolizado
- Singular pelo plural
- Todo pela parte
- Sinestesia
Agora, seus textos nunca mais serão os mesmo. Eles terão aquele “algo a mais” que fará a diferença para que todos queiram ler.
Empregue essas ferramentas em seus textos o quanto antes!
Quer ler a continuação deste artigo? Clique no link: 50 Figuras de Linguagem para “Turbinar” o Seu Texto – Parte 2. Lá você verá as figuras de harmonia.
➡ Lembre-se dos seus amigos compartilhando com eles este artigo! É só clicar nos botões abaixo e escolher a rede social de sua preferência!
Espero que você tenha gostado!
E, pra fixar, veja uma canção muito interessante sobre o assunto.
Até!…